01/06/2021
Foto: Reprodução
Nesta segunda-feira, 31 de maio, foi feita a divulgação de resultados do “Projeto S”, coordenado pelo Instituto Butantan para vacinar a população adulta do município de Serrana/SP com duas doses da vacina Coronavac contra o Coronavírus. Com 95% dos habitantes acima de 18 anos protegidos pela Coronavac, a pesquisa científica inédita mostrou quedas significativas de 95% em mortes, 86% de internações, 80% em casos sintomáticos de Coronavírus, e que, com 75% da população-alvo imunizada com as duas doses da Coronavac, a pandemia foi controlada em Serrana, cidade da Região Metropolitana de Ribeirão Preto/SP.
A pesquisa liderada pelo Butantan foi efetuada em parceria com o Governo de Serrana e com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP).
Vacina salva vidas e a Ciência mostra isso há tempos ha história da humanidade. Mas parece que só o Presidente da República, Jair Bolsonaro, desconhece isso, e demonstra sua ignorância em seus comportamentos.
A notícia dos resultados dessa pesquisa poderia ser motivo só de alegria se não fosse a lástima de pensar que o mesmo que ocorreu em Serrana poderia ter ocorrido no Brasil inteiro se Bolsonaro não tivesse recusado 14 ofertas para compra de vacina para vacinar toda a população, e assim, as mais de 462 mil mortes por Covid-19 no Brasil não teriam ocorrido.
São mais de 462 mil lástimas diante dessa notícia e diante da comprovação que ela faz de que é absolutamente genocida o comando de Bolsonaro da pandemia no Brasil.
Portanto, se o os comércios estão fechados, é porque Bolsonaro não comprou vacina, se os eventos não acontecem, é porque Bolsonaro não comprou vacina, se a economia está quebrada, é porque Bolsonaro não comprou vacina, se as nossa vidas não voltam ao normal é porque Bolsonaro recusou 14 ofertas para compra de vacinas para a o povo brasileiro, e ao invés de adquirir vacinas instruiu a população a usar cloroquina, remédio sem eficácia comprovada cientificamente e não recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O caráter genocida das atitudes de Bolsonaro também é apontado por um dos mais influentes jornais do mundo, o The New York Times, que demonstra como a estratégia de imunização de rebanho, sustentada e propagada pelo governo Bolsonaro com seu charlatanismo em torno da cloroquina, pode causar a morte de 1,4 milhão de brasileiras e brasileiros. O artigo no The New York Times explica que Bolsonaro aparentemente pretendia levar o Brasil à imunidade de rebanho por infecção natural, assumindo uma taxa de mortalidade de 1% e infecção de 70% como um limite para imunidade de rebanho, e assim, Bolsonaro planejou pelo menos 1,4 milhão de mortes no Brasil.
A cloroquina, ao invés da vacina, é propagada por Bolsonaro desde o início da pandemia no Brasil, em 2020. Na semana passada, Bolsonaro sugeriu em sua tradicional live de quinta-feira que se tome chás usados por indígenas para combater a Covid-19, após a defesa enfática da cloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada contra o Coronavírus que vem fazendo desde o ano passado.
Na sincronia desses fatos o que pode vir depois como receita de Bolsonaro para o combate do Coronavírus é o "Soma", aquela substância da distopia de Aldous Huxley, de seu "Admirável Mundo Novo", que induz as pessoas a se sentirem felizes e conformadas com os desígnios do estado autoritário. Só de imaginar já se vislumbra bem que seria algo que flertaria com Bolsonaro, sendo Bolsonaro quem é; um político que já defendeu e prestou reverências a torturador, que levanta armas e não livros e que participou de manifestações a favor da volta da ditadura militar, do fechamento do Congresso Nacional e do fechamento do Supremo Tribunal Federal, dentre outras circunstâncias fascistas do admirável mundo novo de Bolsonaro.
Raquel Montero, Advogada, Especialista em Administração Pública pela USP